Bailarina fashion

Porte elegante de bailarina e a preferência por clássicos da moda. Apesar da beleza pouco óbvia, Audrey Hepburn tornou-se referência para a palavra “chic” na época em que reinavam musas como Marilyn Monroe, Sophia Loren e Brigitte Bardot.

Sean Ferrer, filho de Audrey e do ator americano Mel Ferrer, define a mãe como um perfeito pacote de imperfeições. “Ela se achava magra demais, não gostava do nariz e achava os pés grandes em relação ao seu tamanho. Acho que o segredo da beleza é justamente não saber o quanto você é especial. É natural.”

Hepburn nasceu na Bélgica, em 1929, e estreou sua carreira na sétima arte em 1948, quando participou do documentário Dutch in Seven Lessons. Provou seus dotes musicais em Funny Face e tornou-se ícone de moda depois do must-see Breakfast at Tiffany’s.

Vencedora do Oscar de melhor atriz em 1954, pelo filme Roman Holiday, a moça tinha sangue fashion e logo aprendeu a regra número um dos mandamentos da moda: “Ela conhecia muito bem o seu corpo e sabia o que valorizava suas qualidades e amenizava os defeitos”, conta o estilista Hubert de Givenchy que confessa ter se decepcionado com a futura musa no primeiro encontro. Pamela Keogh, autora do livro Audrey Style, afirma que a atriz tinha um olhar apurado, sabia o que queria e o que estava acontecendo na alta costura de Paris. “Ela foi na loja do Givenchyainda não muito famoso – mas ele não quis atendê-la. Audrey nsistiu e acabou escolhendo três peças prontas para o filme Sabrina. Depois disso os dois começaram a trabalhar juntos e entraram em uma sintonia rara.”

A eterna bonequinha de luxo acabou virando referência de uma década e todo fashionista que se preze recorre, até hoje, aos ícones carimbados por Audrey. Hora em vestidos glamorosos de Givenchy, hora usando uma simples calça e blusa preta – quase boyish -, ela não abria mão de sua feminilidade e delicadeza. “Edith Head colocou nela uma saia e uma blusa de botão para Roman Holiday. Logo em seguida ela pegou um cinto e lenço para arrematar o look. Era muito boa em combinar acessórios”,  explica Emily Dougherty, editora de beleza a Elle US. Sean lembra, ainda, que a atriz sempre optava pelo lema “menos é mais” e ensinava ao filho que era melhor estar de blazer em um evento de gala do que ir de Black tie em uma festa casual.

Historiadores de moda de plantão afirmam que a famosa sapatilha desenhada por Salvatore Ferragamo foi criada especialmente para Audrey, que já era alta o suficiente, e seu jeitinho de bailarina. “Ela havia estudado dança quando adolescente e sua postura inspirou o estilista que transformou a sapatilha de ballet em um sapato para o dia-a-dia sem perder a elegância.” – Paola Jacobbi em I want those shoes.

Assim como Jacqueline Kennedy, Audrey preferia as peças simples e clean, mas de qualidade impecável. Além das sapatilhas, ela foi responsável por re-afirmar a voga das calças capri, camiseta branca e, especialmente, o famoso LBD no melhor estilo de Chanel. Apesar do vestido preto com pérolas já ser usado desde a década de 20, Audrey o democratizou ao usar a versão de Givenchy em Hollywood.

Não era só de glamour, entretanto, que vivia a bonequinha mais admirada dos anos 50. Audrey fez um importante e reconhecido trabalho humanitário na UNICEF e ganhou, em 1993, o Prêmio Humanitário Jean Hersholt. Neste mesmo ano, ela faleceu após um câncer de cólon. Deixou, no entanto, uma importante mensagem de solidariedade e paixão pelas crianças que conheceu durante as viagens com a UNICEF. Os filhos continuaram seu legado e criaram, em 1994, uma instituição que ajuda crianças carentes. Os amantes da moda seguem reportando seu estilo.

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