Quer tirar uma folga e fazer uma viagem para recompor as energias? Verve recomenda um final de semana no Instituto Inhotim, a apenas 60 quilômetros de Belo Horizonte. O encontro da mais bela natureza com a arte. São 600 hectares de mata nativa e 45 de um jardim – que, diz a lenda, começou com um projeto de Burle Marx para o amigo e idealizador do Instituto, Bernardo Paz – que acaba de receber o título de jardim botânico. Gosta de copos-de-leite? Lá você poderá ver cerca de 450 espécies entre obras de renomados artistas de todo o mundo. Hélio Oiticica ( vale super a pena observar as mudanças de cores do penetrável Magic Square), Tunga, Cildo Meireles e Waltércio Caldas são alguns dos representantes da arte contemporânea brasileira.
Os destaques internacionais ficam por conta da de Chris Burden que repetiu a obra-performance feita em 1984 no Art Park – museu aberto hoje extinto em Nova Iorque. O famoso Bean Drop (2009) é composto por 71 vigas lançadas por um guindaste de 45 metros durante 12 horas. Em Inhotim, o Bean Drop fica no topo de uma montanha e acaba funcionando como para-raio. Para chegar lá, você precisa se aventurar em uma mini-floresta, mas fique tranqüila porque tem carrinho!
Olha o vídeo do dia em que a obra-instalação foi feita:
O museu-jardim é marcado por obras sensoriais como é o caso de The Murder of Crows (2008), de Janet Cardiff & George Bures Miller. Inspirado na gravura de Goya, O Sonho da Razão Produz Monstros, é uma das obras mais emocionantes. O visitante entra em uma enorme sala com dezenas de alto-falantes e mergulha em um sonho – talvez pesadelo – tão envolvente que depois é preciso sentar um tempo das maravilhosas poltronas de madeira assinadas por Hugo França para voltar à realidade.
Outro ponto alto do lugar é a integração da natureza com algumas obras que são feitas no conceito site-specific, ou seja, o artista projeta uma obra especialmente pra seu spot no parque. Dois belos exemplos são as obras Folly (2005-2009) de Valeska Soares, e Lama Lâmina de Matthew Barney. Sim. É ele mesmo. O polêmico marido da Bjork!
Vale lembrar que Inhotim é uma entidade privada, sem fins lucrativos, e possui uma estrutura digna de primeiro mundo. Além dos mineiros já serem naturalmente fofíssimos, a organização é impressionante. Os funcionários são bem informados e prestativos e o restaurante oferece pratos deliciosos servidos em louça portuguesa. Esqueceu a máquina fotográfica? Sem problemas. Eles oferecem algumas e gravam um cd com o seu olhar sobre essa Disneylândia. Aqui, todo mundo brinca de ser artista.
FIQUE DE OLHO: Em outubro deverão ser inauguradas mais galerias no parque. Uma delas será dedicada ao fotógrafo Miguel Rio Branco que também estará expondo no MIS de SP no segundo semestre!
Site oficial: http://www.inhotim.org.br/