Verve curte: Fanzine Amarello

O tema da terceira edição é o medo

“Para dizer medo, digo arma, bloqueios, arames em farpas, memória dilacerada, soterramento gratuito de pedaços de carne, aflição de morrer a esmo, perder o sopro simplesmente por nada, perder do absurdo a explosão colorida, estar fragilmente defronte o fuzil sem rosto, estar calma diante do desespero, estar diante da dor do outro com o vazio nas mãos. Medo, dizer o medo, digo profanações, a ausência de ritual na morte e, na vida, o esquecimento de como se faz a beleza com apenas um átimo de sentimento e ficção” – Roberta Ferraz

Verve já contou aqui que ama a galeria Acervo, não é? Foi lá o lançamento da terceira edição da revista AMARELLO. Editada por Tomás Biagi Carvalho, a publicação, que fala sobre cultura contemporânea,  é temática e desta vez o protagonista dos textos é um sentimento comum a todos nós: o medo.

Léo Coutinho abre seu texto falando do medo de Regina Duarte exposto nas eleições de 2002 à respeito do então candidato à presidência: Luiz Inácio Lula da Silva. O resultado? De acordo com o blogueiro, o governo de oito anos não foi tão assustador assim, mas não poderia ser classificado como um “sonho de progresso”. Teria a vítima virada lobo mau? Em anos de eleição, vale pensar nessas coisas.

Letícia Lima divaga sobre os medos da cidade e o sentimento como um instinto útil à sobrevivência. Classifica os tipos de medo: primário ou condicionado por experiências individuais ou sociais. Classifica as reações perante o medo. O maior dos medos caminharia a paços largos para sufocar a juventude moderna. O medo do fracasso.

Ao som de “Medo…que dá medo do medo que dá”, de Lenine, a psicóloga Patrícia Lomonaco fala do lado positivo do medo, mas que, como tudo em excesso, pode fugir do nosso controle e dificultar a convivência em sociedade. Entre camisolas e terror, as fotos de Hugo Frasa propõem um mix de imagens bem bacana. Dois medos bem corriqueiros: Vanessa Agricola fala de morte nas cartas de tarô. E Carlos Andreazza, terrorismo.

Pablo Picasso ilustra “Carmen, ou um tablado para pisotear o medo” mostrando, mais uma vez que o conteúdo é interessantemamente interessante (como diria O Bem Amado) e o projeto visual da revista é LIN-DO.

Verve aprova.

Gostou? O pdf deve entrar no site jájá.

Avalie

Deixe um comentário