8 Mulheres, Angel, Swiming Pool, O tempo que resta, Os sonhadores. François Ozon tem um olhar perspicaz e sutil, especialmente quando trata de personagens e questões femininas. Seu mais recente trabalho, a comédia “Potiche”, acaba de estrear no Festival de Veneza e “O refúgio” entrou em cartaz essa semana no Brasil com boas críticas!
Assina o roteiro com Mathieu Hippeau, faz um belo estudo de dois personagens que inicialmente são quase teoricamente opostos, mas, aos poucos, encontram a intersecção que os une. A história parece boba: um casal, viciado em heroína, é separado pela overdose. Ele morre. Ela está grávida e precisa cultivar em seu próprio corpo uma reencarnação do namorado.
O filme ganha, no entanto, maior densidade por aquilo que representa, mais do que pelo que mostra ou diz. O que aconteceu entre os recortes das cenas intriga o espectador e o envolvimento de uma mulher com a maternidade. Gerar uma vida é quase mágico e o filme aborda a situação oposta: uma mãe que talvez não queira o bebê.
O filme é poético e intimista, seguindo de perto o amadurecimento de alguns personagens.
Verve recomenda!